terça-feira, 6 de julho de 2010

Imagem de São Pedro arrependido

São Pedro Arrependido. A escultura do século XVII de autoria de Frei Agostinho da Piedade deixou-o intrigado. Expressão facial, constituição física, vestes. Tudo lhe parecia familiar. São Pedro Arrependido pensante afigurava-lhe como novidade. Quase calvo cabelos curtos na parte de trás da cabeça, uma mão enorme sustentando o rosto pendido. Lábios pequenos e carnudos. Barba bem aparada. Olhos semicerrados. Um São Pedro mais jovem do que aquele de barbas brancas que era retratado segurando as enormes chaves da Igreja de Cristo. Este tinha uma expressão tão doce que nunca evocaria a lembrança de um discípulo capaz de trair o mestre antes do terceiro canto do galo.

O mosteiro beneditino de Salvador, que guarda uma história de mais de 400 anos, é uma edificação das mais antigas que podem ser vistas no país. Sabe-se que lá está guardado o de mais raro que existe nesta América Latina tão pobre na conservação de sua história. Guerras, incêndios, torturas, prisões, corpos sepultos em surdina. Sobrevive o mosteiro como tantos outros conventos e igrejas, e como tantos outros, evidencia o forte poder exercido pela igreja católica no Brasil, que dura desde a sua instalação feita pelos discípulos de Santo Inácio de Loyola. Um corpo configurado por musculatura forte e veias salientes de homens que trabalham aos trancos. Seria de puxar redes e mais redes cheias de peixes. Quem sabe, para descansar, ou para pesar melhor as faltas, o santo havia agachado só de perna esquerda. Apoiando o cotovelo no joelho direito, a enorme mão segurava o rosto pendido, perdido em pensamento. A outra mão enorme descansava fechada sobre o joelho ajoelhado no chão, como se apertasse entre os dedos algum segredo. Seriam as chaves.


Povo da etnia Pataxó num ritual de celebração


Uma prova de amizade, união e perseverança. Pataxós realizam desde a abertura, no dia 24 de novembro, um ritual diário de comemoração chamado Toré para festejar a integração entre os povos indígenas. Logo após o almoço, sempre ao meio-dia, cerca de 40 indígenas da aldeia Pataxó, vindos de sete aldeias do extremo sul da Bahia, preparam-se para cativar a todos com canto e dança.
Urucum, jenipapo, carvão e argila são os principais adereços para uma boa pintura corporal, que varia com as cores vermelho, preto, branco e amarelo. “A cor amarela, vinda da argila representa o sol, e o vermelho do urucum o fogo. Já o preto, extraído do jenipapo e carvão é usado para traçar o desenho”, explica Raoni Brás Pataxó, líder cultural da etnia.
Nativo de Barra Velha (BA), aldeia-mãe da etnia Pataxó, onde vivem aproximadamente 2,8 mil indígenas, o líder cultural Raoni explica a importância de representar mais de 18 mil indígenas de seu povo, espalhados em 22 aldeias na faixa litorânea dos estados de Minas Gerais, Bahia e Espírito Santo. “Para expressar e evidenciar a cultura Pataxó, e principalmente fortalecer as políticas indígenas, nós festejamos com um ritual de dança”, explica contente o indígena. Entre os acessórios, cintos, colares, braceletes, e tornozeleiras, os índios exaltam o seu canto nas vozes de mulheres e homens.
Na língua Patxohã, falada apenas pelos Pataxós, a dança e a música de celebração à amizade e união encanta os olhos e ouvidos da platéia. De acordo com Raoni, o ritual é uma forma cultural de lutar pela recuperação de suas terras, resgate de sua identidade e reconhecimento como um povo indígena.

Escultura do Pátio da Escola de Belas Artes da Ufba


Escultura feita em bronze, pertencente ao acervo permanente da Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia, localizada no jardim da entrada da escola, dorso tridimensional, onde o artista explora a musculatura com excelência convidando o expectador a fazer uma leitura dinâmica da obra de arte.

A Escola de Belas Artes da UFBA foi fundada como Academia de Belas Artes da Bahia em 17.12.1877 pelo pintor espanhol Miguel Navarro y Cares, o pintor baiano Jô Francisco Lopes Rodrigues e outros. Depois de funcionar pouco tempo na casa de Cares a Academia passou a ocupar o Solar Jonathan Abbott na antiga Rua do Tijolo, hoje 28 de setembro, no Centro histórico Em 1895 a Academia passa a se denominar Escola de Belas Artes. Entre 1946 e 1947 ela se incorporou a niversidade da Bahia, atual UFBA, como unidade formadora dessa instituição. Desde 1970 situa-se Rua Araujo Pinho, 212.

Igreja do Bomfim

Construída em estilo neoclássico com fachada em rococó na segunda metade do século XVIII, teve sua fachada reformada no século XIX, localizada no alto da colina de Itapagipe, é o maior centro da fé católica e do sincretismo, local onde era tradicional o culto de Oxalá pelo Candomblé, o qual favoreceu o sincretismo das duas religiões, católica e africana, derivando assim um ritual que se matem vivo até os dias de hoje.

Fita do Senhor do Bomfim


Penduradas ao vento, uma questão de fé e de religiosidade é uma prova do poder que a religião exerce sobre o homem. Confeccionada para ser apenas uma lembrança aos visitantes da igreja, passou a ter o papel de símbolo de milagres, pedidos de fé e de proteção.

Sala dos milagres da Igreja do Senhor do Bomfim


Local destinado ao poder da fé em realizar milagres, onde se encontra uma gama infinita de objetos depositados, referente a uma graça a ser ou já alcançada. Esses objetos variam, desde um simples bilhete, fitas, retratos, figas, replicas de cera de partes do corpo.